segunda-feira, 17 de maio de 2010

Terapeutas


'Era inevitável:
as histórias de casais lhe lembravam
sempre os romances de Gabriel García Márquez.
Amores contrariados, amores frustrados,
amores impossíveis.
Uma sensação nítida de que não apenas ouvia,
mas participava integralmente dos enredos.
Imaginava as roupas, desenhava os cenários,
criava resoluções para as tramas,
viajava para os locais descritos e, acima de tudo,
tentava desconstruir os personagens.
Talvez fosse ela mesma uma personagem.
Não que houvesse algo de mágico
naquelas histórias cotidianas,
mas sua tendência à idealização
sempre a levava ao mundo da fantasia,
mesmo nas questões triviais,
o que,para alguns, era incompatível
com sua nova carreira.'

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