segunda-feira, 17 de maio de 2010

Memória


'Na memória, a repetição era presente,
não passado.
E, como presente, tinha a capacidade
de habitar esse passado.
Havia nas lembranças de Pastoriza
o sentimento de que, ao contrário do senso comum,
o passado ainda estava por fazer.
Não era algo acabado, fixo em um tempo que já passou,
mas uma constante reconstrução de sentidos,
uma reelaboração infinita da própria história.
A cada vez que lembrava de um fato,
incluía novas informações e esquecia outras,
elaborando as dinâmicas ficcionais mais realistas que podia ter.'

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