segunda-feira, 17 de maio de 2010

Complexidades


°°Pastoriza pensava de outra forma.
Era leitor de Adam Philips e
Kalu Singh.
Achava que a loucura fora excessivamente
glamourizada ao longo da história,
deixando para a sanidade um lugar
de mediocridade, quase uma ofensa pessoal.
O sujeito considerado normal
carregava uma série de estigmas,
que iam da falta de criatividade
à ausência de qualquer talento.
A normalidade se tornara sinônimo
de falta de complexidade,
e isso era o mesmo que ser medíocre.
Não era normal ser normal.
A única inspiração estava na insanidade,
todo resto era irrelevante.
Bastava recorrer à literatura
para perceber que os melhores personagens
fugiam da normalidade.°°

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