quinta-feira, 8 de julho de 2010


121.
"Como todo o indivíduo de grande mobilidade mental,
tenho um amor orgânico e fatal à fixação.
Abomino a vida nova e o lugar desconhecido."

122.
A idéia de viajar nauseia-me.
Já vi tudo que nunca tinha visto.
Já vi tudo que ainda não vi.
(...) Só não há tédio nas paisagens que não existem,
nos livros que nunca lerei.
A vida, para mim, é uma sonolência que não chega ao cérebro.
Esse conservo eu livre para que nele possa ser triste.
Ah, viajem os que não existem! (...)"
Fernando Pessoa (Bernardo Soares), in Livro do Desassossego,
p. 143 (ed. Companhia das Letras)

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