domingo, 6 de janeiro de 2008

Micro...


Os problemas de audição nunca o afetaram,

seu ego sempre falou mais alto.


Era tão arrogante,

que a própria sombra tinha dificuldade em acompanhá-lo.


A senhora olhava com avidez à sua volta,

como a tentar marcar na retina

aquilo que não tinha mais registro em sua memória.


Era a primeira vez que iam ao cinema.

Quis impressionar a garota,

escolheu um filme chinês sem legendas.

Nunca mais se viram.


A vida de Nadia é caótica.

O amante um broxa.

O marido um idiota.

Só Lulu, seu cão de estimação,

sabe fazê-la verdadeiramente feliz.


O padre perguntou se havia alguém que pudesse impedir aquele matrimônio. Serenamente, Rosa olhou seu buquê.

Ah, se os botões de laranjeira falassem!


Por um longo momento,

Ana olhou-o ali deitado.

Percebeu que não havia mais nada a uni-los.

Apagou a luz e saiu.


Quando Lia chegou, seus lindos olhos azuis iluminaram-se.

Agora sua tigela de ração ficaria cheia e a caixa de areia limpa.

Ronronou aliviado.


Ela quis matar-se,

mas preferiu se mudar para o bordel da esquina.

Ele estourou os miolos;

não resistiu ao vê-la tão feliz.


Microcontos da Zezé