
Os problemas de audição nunca o afetaram,
seu ego sempre falou mais alto.
Era tão arrogante,
que a própria sombra tinha dificuldade em acompanhá-lo.
A senhora olhava com avidez à sua volta,
como a tentar marcar na retina
aquilo que não tinha mais registro em sua memória.
Era a primeira vez que iam ao cinema.
Quis impressionar a garota,
escolheu um filme chinês sem legendas.
Nunca mais se viram.
A vida de Nadia é caótica.
O amante um broxa.
O marido um idiota.
Só Lulu, seu cão de estimação,
sabe fazê-la verdadeiramente feliz.
O padre perguntou se havia alguém que pudesse impedir aquele matrimônio. Serenamente, Rosa olhou seu buquê.
Ah, se os botões de laranjeira falassem!
Por um longo momento,
Ana olhou-o ali deitado.
Percebeu que não havia mais nada a uni-los.
Apagou a luz e saiu.
Quando Lia chegou, seus lindos olhos azuis iluminaram-se.
Agora sua tigela de ração ficaria cheia e a caixa de areia limpa.
Ronronou aliviado.
Ela quis matar-se,
mas preferiu se mudar para o bordel da esquina.
Ele estourou os miolos;
não resistiu ao vê-la tão feliz.
Microcontos da Zezé