terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Às vezes me pego pensando
em tudo que não fizemos,
naquilo que não dissemos,
nos dedos que não se entrelaçaram,
nos olhares que não trocamos,
nos lábios que não se tocaram.
Penso nos sorrisos que se perderam,
no gesto que ficou na intenção,
no calor retido,
na expressão contida.
Penso nos sonhos onde nos encontramos
e que nunca foram contados,
nas fantasias vividas em segredo,
nos desejos silenciosamente saciados.
Penso nas tardes que não tivemos,
nos pores-do-sol que não assistimos,
nas manhãs que não acordamos juntos.
Penso, e de tanto que penso,
às vezes me esqueço
que te amo assim, ao avesso.