sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Terceira à esquerda.
Segunda à direita.
Segue em frente.
Passa pelo orelhão.
Quando vir um sorriso à sua direita, você dobra.
Quatro quarteirões.
Olha pra cima.
Se tiver uma nuvem, você espera ela passar.
Se não tiver, entra depressa.
Uma porta branca. Estreita, tem de se esforçar um pouco.
Aí, só subir a escada.
Mil, novecentos e vinte e sete degraus.
Aí chega no trampolim.
Abra os braços, pra se equilibrar bem,
que um tombo agora pode ser fatal!
Lá embaixo, uma piscina.
Vermelha. Vermelha porquê? Ué, porque sim, ora!
A água é quentinha, vai gostar.
Mais divertido se pular de cabeça.
Respira fundo antes, que leva um tempo pra você voltar à tona!
Mas volta.
Aí, umas braçadas. É preciso fôlego...
Vai nadar aí por um bom tempo.
Mas é gostoso, a água quentinha não te deixa ficar dolorido. Não, não tem fundo, não dá pra descansar.
Faz o seguinte: de vez em quando você bóia.
Põe a barriga pra cima e bóia.
Igual criança. Se o céu estiver escuro, pode ir se preparando.
Vai precisar ter força. Mas passa.
Não dá pra se afogar, só assusta um pouco.
Continua nadando. Só duas possibilidades de chegada: abismo ou praia.
Se chegar na praia, melhor. É um lugar bonito. Relaxante.
Tomara que seja.
Se for abismo, vai doer. Mas passa.
Dependendo do peso da sua alma, você vai cair por alguns minutos,
algumas horas. Tem gente que cai por anos.
Dizem por aí que tem gente que nunca mais pára de cair.
Mas é lenda.
É, não chega a ser perigoso, assim, perigooooooooso... Mas assusta.
Tá, é perigoso, sim...
Mas e o que não é?
Depois?
Ah, sei lá...
Você vai decidir.
O que eu sei é que você vai ter vontade de começar tudo de novo.
Vai, segue em frente.
Sem medo.
Bota um sorriso na cara e vai.
Anda! Vai!
Boa sorte.
Qualquer coisa, liga.
Tchau.
postado por: ANDRÉ GONÇALVES