sábado, 12 de janeiro de 2008

Não me sinto bem nesse lugar.
Viver como parte da lotação máxima de um espaço minúsculo não permite o crescimento das minhas flores azuis e lilás.
Perdi minha mala em algum espaço cheio de pernas e pés calçados.
Nada posso guardar nesse lugar, que satisfaça a minha vaidade ou meu mau gosto por bebidas destiladas e pessoas perfumadas.
Ontem eu tive sede e ninguém estava atento o suficiente para me oferecer um pouco de saliva.
A casa está cheia de fantasmas do passado ocupando espaços velhos e novos.
Se eu pedir um pão molhado, ninguém serve, mesmo em troca de trocados. Abra logo a porta dos fundos, antes que eu quebre as paredes ou aprenda a falar somente com meus botões.
O meu pulmão cansou de tomar ar em corpos mal-cheirosos.
Meu coração odeia passar à noite no freezer.
Minha sede, pedi suco de caqui com você aqui.
Preciso de espaço para trocar meus sapatos, cultivar minhas flores e poder deitar num certo colo quente - sem mau hálito para garantir os meus piores modos.
(Ale – Namaste)