sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Um dia, foi brutal e estupidamente atropelado por um sorriso.
Atropelamentos desse tipo causam dor em quem os assiste.
E, segundo as leis da física, dependendo da velocidade da aceleração no deslocamento do bólido, dependendo da cor do batom que o envolve e do ângulo em que ocorre o impacto, jogam a alma do atropelado um pouco acima da rota dos aviões comerciais.
Santas nuvens pula-pulas de cetim.
Sem elas, seríamos um mar de atropelados, sangrando pelos poros e lacrimejando dentro do peito.
Mas, então, um dia foi estúpida e brutalmente atropelado por um sorriso,
e foi arremessado para o muito, muito, muito alto.
E, graças a Ele, desabou num pula-pula de cetim.
A turba (sempre as turbas...), enlouquecida, pedia que pulasse.
Surpresa: lá, de cima de tudo, levantou as mãos,
mostrando ao mundo o sorriso
que lhe sorria como nunca se havia visto antes
um sorriso sorrir.
E, abraçados, ele e o sorriso,
pegaram carona nas asas de um anjo, que vestia luz.
Para onde?
E por acaso alguém lá pode saber para onde vão sorrisos,
fadas e gentes que amam?