sábado, 7 de agosto de 2010

Cupons de Relacionamento

'Funciona assim:
no começo do namoro,
cada um recebe trinta cupons.
Estabelecem-se os valores:
uma ida ao jogo do Corinthians
em dia de almoço na sogra, por exemplo,
custaria a ele cinco cupons.
Já se ela quiser convencê-lo
a assistir Cerejeiras em Flor
na noite em que o Rodrigueira
está fazendo um churrasco de aniversário,
terá que passar-lhe sete unidades.
Ela quer viajar com as amigas, sem o namorado?
Tudo bem, quinze cupons na mão dele
e não se fala mais nisso.
Ele pode gastar esses quinze cupons de uma vez,
jogando um pôquer até de manhã,
em plena segunda-feira, ou guardar para uma emergência:
digamos que na final do campeonato paulista
ela queira ver uma peça do Zé Celso, de seis horas?
É claro que na economia dos cupons,
como na economia real,
a pessoa pode ir parar no vermelho.
Uma vez ou outra, tudo bem,
mas se um dos lados estiver sempre no miserê,
enquanto o outro forra as paredes com cupons,
não tem amor que segure.
Até neste momento meu sistema trará avanços.
Quando um dos dois perceber que o balanço é insustentável,
não precisará se desdobrar com aquelas velhas desculpas,
como “não é você, sou eu”, ou “sei lá, tô confuso”.
Basta mostrar o saldo:
“olha só, eu tô com cinqüenta e sete,
você com três.
Desde o natal você não chega a dez!”
e, então, decretar a falência do namoro.

Um comentário:

ailton martins disse...

Olá td bom estou divulgando este documentário se puder assistir, vale a pena, obrigado.

http://nosolhosdaesperanca.blogspot.com/

Resenha:
Jânio é um rapaz de vinte anos que foi preso na orla da praia da Cidade de Praia Grande confundido de fazer parte de um grupo de jovens que promoveram um arrastão. Mesmo sem provas ficou preso durante 11 meses. Leide e Francisco a mãe e o pai de Jânio precisaram lutar para provar a inocência do filho, enfrentando a principal dificuldade que esbarra num problema social ainda não resolvido no Brasil.

"Ser pobre é ser culpado até que se prove ao contrário?"