domingo, 5 de julho de 2009

Rede Social


Em nenhum outro país as redes sociais on-line

têm alcance tão grande quanto no Brasil,

com uma audiência mensal de 29 milhões de pessoas.

Mas ter milhares de amigos virtuais

não deixa ninguém menos solitário.

A vida moderna, curiosamente,

pode estar tornando as relações de amizade mais masculinizadas.

"O tamanho médio do núcleo de amigos próximos

parece estar diminuindo, enquanto a rede de contatos fracos aumenta",

disse o sociólogo Peter Marsden, da Universidade Harvard.

Ou seja, cresceram as relações superficiais,

efêmeras, e reduziram-se as mais afetivas, profundas.

A tendência é reproduzida à perfeição – e intensificada –

nas redes sociais on-line.

É como se a maioria das relações fosse estratégica,

tal como as dos homens das cavernas.

Um exemplo conhecido dos adeptos do Orkut no Brasil

são os ex-colegas de escola que,

depois de anos sem se comunicar e mesmo sem ter

nenhuma afinidade pessoal,

passam a engordar a lista de amigos virtuais uns dos outros.

Quando conveniente,

o contato é retomado para resolver questões práticas.

Esses laços fracos são muito úteis, por exemplo,

para descobrir oportunidades de trabalho.

Amigos próximos são menos eficientes em tal quesito porque,

em geral, circulam no mesmo meio e têm acesso às mesmas informações.

Uma das redes sociais com o maior crescimento de adeptos no mundo

é justamente o LinkedIn,

especializado em estabelecer vínculos profissionais.

Ao fim e ao cabo,

usar as redes sociais para fazer uma infinidade de amigos

– quase sempre não muito amigos –

é uma especialidade de Brasil, Hungria e Filipinas,

países que têm o maior número de usuários

com mais de 150 contatos virtuais.

Uma pesquisa nos Estados Unidos, por exemplo,

mostrou que 91% dos adolescentes usam os sites

apenas para se comunicar com amigos que eles já conhecem.

Parecem saber que, como dizia Aristóteles,

amigos verdadeiros precisam ter comido sal juntos.

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