sábado, 11 de julho de 2009

§ (...)Trata-se de assunto proibido
não porque é ruim
mas porque nós nos arriscamos.
Sei que se eu abandonar
o que foi uma vida toda organizada pela esperança,
sei que abandonar tudo isso
-- em prol dessa coisa mais ampla que é estar vivo --
abandonar tudo isso dói
como separar-se de um filho ainda não nascido.
A esperança é um filho ainda não nascido,
só prometido, e isso machuca
Clarice Lispector (2000 [1964]),
A Paixão segundo G. H., Lisboa: Relógio d'Água, p. 118.

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