terça-feira, 18 de março de 2008

Pastel de vento

14:23, calor insuportável,
fumaça de ônibus pra todo lado,
buzinas ensurdecedoras
misturadas ao caos de toda cidade grande.
Afrouxo o colarinho para suportar mais meia quadra...
chego exausto em frente à Cinelândia.
O suor escorre pelo corpo e é absorvido pelo tecido
do meu terno comprado numa loja de quinta.
-Um pastel de queijo e um suco de caju.
digo para o China, dono da pastelaria
desde meus mais tenros anos.
Mordo vorazmente aquele que será meu almoço
de sexta feira.
Vento...
Sinto apenas o vento do pastel
que desce junto ao suco de caju,
me trasportando para a mais
prazerosa das viagens...
O pastel nunca tem queijo,
mas esse é meu trunfo para os dias quentes.