segunda-feira, 15 de março de 2010

A sabedoria de ser simples


'Ser simples significa olhar
com olhos plácidos
a esfinge da complexidade
e decifrá- la muito antes
de correr o risco
de ser por ela devorado.'

"(...)Ser simples não significa evitar o complexo,
abrir mão da sofisticação,
negar a profundidade,
contentar-se com o trivial.
Alguns traços que identificam quem é simples:
São desapegadas: não acumulam coisas, fazem uso racional
de suas posses, doam o que não vão usar mais.
São assertivas: vão direto ao ponto com naturalidade,
mesmo que seja para dizer não, sem medo de decepcionar,
não “enrolam” nem sofisticam o vocabulário desnecessariamente.
Enxergam beleza em tudo: em uma flor no campo e em um quadro de Renoir;
em uma modinha de viola e em uma sinfonia de Mahler;
em um pastel de feira e na alta gastronomia.
Têm bom humor: são capazes de rir de si mesmas e,
mesmo diante das dificuldades, fazem comentários engraçados,
reduzindo os problemas à dimensão do trivial.
São honestas: consideram a verdade acima de tudo,
pois ela é sempre simples e, ainda que possa ser dura,
é a maneira mais segura de se relacionar com o mundo.
Ser simples, definitivamente não é ser simplório,
não é abrir mão de nada.
É possível apreciar o conforto, a sofisticação intelectual,
as artes, o prazer da culinária,
a aventura das viagens e continuar sendo simples.
Pois ser simples não é contentarse apenas com o mínimo
para manter- se fisicamente vivo, uma vez que não somos
só corpo,também somos imaginação, intelecto,
sensibilidade e alma.
E esta última é, sim, simples, mas não é pequena,
a não ser, é claro, que a pessoa queira.
Nesse caso, não há mesmo então o que fazer.

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