quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Blanchot


"A solidão que acontece ao escritor por força da obra revela-se nisto: escrever é agora interminável, o incessante. ... não é o repouso, a dignidade do silêncio, pois ela é o que ainda fala quando tudo foi dito... escrever é quebrar o vínculo que une a palavra ao eu, quebrar a relação que, fazendo me falar de 'ti', dá-me a palavra no entendimento que essa palavra recebe de ti, porquanto ela te interpela, é a interpretação que começa em mim porque termina em ti. escrever é romper esse elo. é, além disso, retirar a palavra do curso do mundo, desinvesti-la do que faz dela um poder pelo qual, se eu falo, é o mundo que se fala, é o dia que se indentifica pelo trabalho, a ação, o tempo. escrever é o interminável, o incessante."

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