¨Invenção do Índios da América,
a rede relaxa o corpo,
acalma a mente
e ainda ajuda a
pensar na vida.¨
Rede armada numa cidade grande
é coisa rara mesmo.
Mas em todo Norte
e Nordeste do Brasil
a rede é tradição
para por ao lado do samba,
cafezinho e futebol.
Significa o assento para o jantar,
o encosto para a sesta,
o abrigo para o sono.
'A rede nos acompanha
desde o primeiro ao último dia'
-é berço,
leito nupcial,
é cama de enfermo,
é caixão de morto,
escreveu a escritora
cearense Rachel de Queiroz.
"O balanço suave da rede
trabalha a bipolaridade do cérebro,
estimulando ao mesmo tempo
o lado direito e o esquerdo,
ou seja,
o hemisfério subjetivo
e o objetivo”,
afirma Gil Kehl,
terapeuta ayurvédico de São Paulo,
que indica a rede para bolar projetos.
“Esse é um momento
em que ficamos bastante
conscientes e presentes,
numa espécie de estado de lucidez”.
Para ele, a rede ainda tem o valor
de ser ortopédica.
“Ao contrário da cama,
ela encosta todos os apoios da coluna,
aconchega e ajuda a relaxar os nervos e o corpo”.
Para quem quer dormir na rede,
Gil, que já passou um ano na Bahia
dormindo em uma,
recomenda que o faça de atravessado,
“o que deixa a coluna mais reta e confortável”.
Para Câmara Cascudo,
Para Câmara Cascudo,
não dá nem para comparar a rede com a cama.
“O leito obriga-nos a tomar seu costume,
ajeitando-se nele,
procurando o repouso
numa sucessão de posições.
A rede não:
ela toma o nosso feitio,
contamina-se com os nossos hábitos
e repete, dócil e macia, a forma do nosso corpo.
Do jeito que a gente deita ela se molda.”
Mas, mesmo sendo usada
Mas, mesmo sendo usada
só nos momentos de descanso e deleite,
a rede lembra o gesto de ninar,
o colo, o aconchego.
Eta vidinha boa essa da rede...
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