quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Divã


'Análise não é para qualquer um,

disse Lacan.

O sujeito precisa ter demanda de análise,

desejo de saber.

Contudo, essa demanda de análise

é construída,

poucos querem saber sobre sua falta.

Ou seja, se a pessoa não deseja saber,

ou não está preparada para isso,

é melhor não fazer análise.

Esse "atender ao tratamento"

é um pouco subjetivo.

Psicanálise não cura nada.

O psicanalista, na verdade,

compromete a pessoa

com o seu sofrimento.

O sujeito só pode mudar alguma coisa

se ele se der conta da participação dele,

naquilo que se queixa.

É possível dizer que o psicanalista

não direciona o analisando,

ele fica um passo atrás dele:

não o deixa parar de andar,

e está alí para o caso do sujeito

cair ou tropeçar.

Há uma frase do Jorge Forbes,

psicanalista da atualidade,

que define bem o papel do psicanalista:

o analista é alguém que não deixa

você desistir de você mesmo,

responsabilizando o sujeito na sua dor,

mas também nas suas conquistas.'

(trecho de entrevista de Vanessa Souza dona do Blog Meu divã é na Cozinha)

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