sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar mas é outro lugar,
aí é que está: cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro, transforma fato em elemento a tudo refoga,
ferve, frita ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou é que chegou a sua vez!
Sou muito sua amiga e conheço cada uma delas...
Você que saiu da fresta dela delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo já se alcança a "cidade secreta"
Cuidado, moço, você cai na condição de ser displicente diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano que a mulher extrai filosofando cozinhando, costurando
e você chega com mão no bolso julgando a arte do almoço.
Estamos citando o princípio do mundo...