sexta-feira, 9 de abril de 2010

A pressa de ter pressa


'O homem moderno vive com tanta pressa
que não pode se sentar, não pode descansar.
Tornou-se incapaz de descansar.
E, quando você é incapaz de descansar,
é incapaz de fazer tudo que é valioso.
E a realidade é que não precisamos
nos preocupar tanto
com coisa alguma.
A vida é eterna.
Sempre existimos e sempre existiremos...'
(Blog Palavras de Osho)

'...A cidade grande faliu em termos de qualidade de vida.
Hoje, é cada vez mais insuportável morar numa cidade
onde passamos boa parte do tempo nos engarrafamentos,
respirando um ar sujíssimo, com a violência
a nos assustar constantemente.
Sim, temos o acesso à cultura que fora dela não temos.
Mas será que compensa?
E o tempo e o espaço que perdemos?
E a contemplação, que já não existe?
Tudo nos passa batido, entre um outdoor e outro,
um compromisso e alguma coisa sem importância.
Há quem veja graça nisso, nas imagens entrecortadas,
na velocidade exacerbada, nesse tempo fugaz.
Convivo com a sensação diária
de que a vida me tira da vida;
de que as coisas que tenho que fazer
me tiram daquelas que importam.
Mas que coisas são essas, que importam?
Como bem disse meu amigo,
não sabemos como nomeá-las exatamente.
Cada vez que uma palavra se aproxima,
essas coisas importantes deslizam,
se tornam fluidas, escapam-nos.
Mas por que escrever, então?
Talvez para chegar mais perto das coisas
que realmente importam,
sabendo que elas irão sempre se diluir,
se dissolver, e que a palavra não é senão
uma tentativa de aproximação.
Talvez, também, para atravessar o mundo na contramão,
para evitar a sensação de que passamos por aqui
sem entender nem sentir nada.
Afinal, nos vangloriamos de que hoje o homem vive cem anos.
Mas será que os nossos cem anos valem mais
do que os quarenta de outrora?
Ou será que a vida continua igualmente curta,
uma vez que o tempo hoje, tão acelerado, nos tira tanto?
Enfim, se há algo que se possa dizer sobre essas tais coisas
que importam é que elas certamente não têm nada a ver
com o tempo cronológico, que nos foge a cada dia.
Que em algum lugar elas cintilam, zombando de nós,
que acreditamos viver mais e melhor;
zombando de nós, que perdemos tanto tempo
com coisas sem importância'.

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