sábado, 10 de abril de 2010

Livros são passaportes


"Cada palavra descortina um horizonte,
cada frase anuncia outra estação.
E os olhos, tomando das rédeas, abrem
caminhos, entre linhas, para as viagens do pensamento.
O livro é passaporte, é bilhete de partida.
A leitura guarda espaço para o leitor imaginar
sua própria humanidade e apropriar-se de sua fragilidade,
com seus sonhos, seus devaneios e sua experiência.
A leitura acorda no sujeito dizeres insuspeitados
enquanto redimensiona seus entendimentos.
Temos a certeza de que
o mundo pessoal é insuficiente.
Há que buscar a si mesmo na experiência do outro
e inteirar-se dela.
Tal movimento atenua as fronteiras e a
palavra fertiliza o encontro.
Fundamental, ao pretender ensinar a leitura,
é convocar o homem para tomar da sua palavra.
Ter a palavra é, antes de
tudo, munir-se para fazer-se menos indecifrável.
Ler é cuidar-se, rompendo com as grades do isolamento.
Ler é evadir-se com
o outro, sem contudo perder-se nas várias faces da palavra.
Ler é encantar-se com as diferenças."

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