terça-feira, 17 de junho de 2008

Banda de Moebius

A banda de Moebius - o mesmo símbolo do infinito, o oito deitado,
ficaria restrita ao círculo dos matemáticos
se Lacan não a tivesse trazido para o mundo da Psicanálise,
ganhando então destaque como modelo
de representação de nossa psiquê.
Conforme a banda nos mostra,
não podemos fazer distinções polares
do tipo interior/exterior,
sanidade/loucura,
bem/mal,
certo/errado,
amor/ódio
simplesmente porque não há distinções.
Lembrem-se que a banda é uma moeda de um lado só.
Gostaria de refletir aqui sobre essa idéia,
ampliando sua utilização elevando-a para o nosso cotidiano.
Antes de mais nada cabe ressaltar a semelhança da banda com o símbolo do Tao (Yin e Yang).
Nele o preto origina-se do branco
e o contém como semente (e vice-versa).
É a mesma coisa da banda,
com a diferença que os taoístas utilizam esse símbolo
para representar toda a criação.
O mundo é assim.
O mundo é essa interação continuada entre Yin e Yang.
O mundo é o Tao.
Penso que a banda de Moebius
seja a representação ocidental do Tao
aplicada à Psicanálise.
Voltando então ao cotidiano,
todas as relações de pares de opostos devem ser encaradas
não como duas coisas distintas e antagônicas e sim como uma inteireza,
uma unidade indissociável.