sábado, 6 de novembro de 2010

La Femme d´à Côte


Truffaut nos leva numa viagem de retorno
aos nossos primeiros amores,
aqueles que nunca mais esquecemos.
Leva-nos a sempre querer remontar
o que poderia ter sido e não foi,
na eterna busca de um amor permanente,
sempre impossível,
porque na vida nada pode ser para sempre,
pois tudo é "impermanência",transitório.
Mas queremos nos enganar sempre e imaginar
que alguma coisa deve ser para sempre,
e nada como um primeiro amor,
arrebatador para nos enganarmos
pela primeira vez.
(Paulo Gonzaga)


Ontem assisti pela primeira vez o filme
A Mulher do lado
-La Femme d´à Côte de 1981-.
Achei sensacional.
Pena que passou muito tarde e eu já estava
cambaleando...
Cheguei até a cochilar em algumas partes.
Mas como o Youtube é pai e não padrasto,
consegui ver as cenas que havia perdido.

Sinopse:
A Mulher do Lado é daqueles filmes
em que tudo funciona.
Da história enxuta à química entre o par central.
Do clima misterioso a um desfecho surpreendente.
Mas, sobretudo, pela delicadeza
com que a história é narrada.
Uma história no fundo simples.
Mathilde (Fanny Ardant)
e Bernard (Gérard Depardieu),
que foram amantes no passado,
reencontram-se anos depois.
Ele vive com a família numa vila
e Mathilde muda-se para a casa vizinha com o marido.
Reencontram-se, convivem, tornam a se amar.
Voltam a cair nas mesmas armadilhas
que os separaram anos atrás.
Não conseguem ficar juntos.
Não conseguem se separar.
"Ni sans toi, ni avec toi"
(nem contigo nem sem ti),
comenta outra personagem,
esta no papel de narradora da trama,
uma espécie de coro grego
que comenta a ação trágica.
Truffaut foi um extraordinário cineasta do cotidiano.
Sabia que a complexidade da vida se tece na ação,
nos amores e nos ódios da gente comum.
Recomendo...

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