segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Na ponta dos pés



´´Às vezes a gente precisa


se pendurar na pontinha do pé


para chegar mais alto.


Chegar naturalmente,


sem a ajuda do salto.
Uns centímetros a mais


é capaz de nos livrar da derrota,


de mudar um destino.


Não importa se o pé dói,


a gente acostuma.


Não importa se o desequilíbrio ameaça,


mais cedo ou mais tarde a gente encontra o ponto.
É levantando o pé que se pega a fruta,


que se enxerga na multidão.


É na pontinha do pé os passos mais lindos do ballet,


é com esse esforço que se alcança um abraço maior que a gente.


Na euforia,


é levantando o pé para o ar que a gente se exalta.
Quem cala tem os pés plantados no chão.


O peso não deixa a gente se arriscar


e quem não arrisca não sabe o que é chegar ao alto.


Acaba trocando os pés pelas mãos.


Usa o tato para caminhar entre o desconhecido.
Foi impulsionando os pés


que muita gente caminhou por onde não imaginava,


alcançou o que procurava.
Que Deus me permita ter pés


que eu mesma possa guiar


e não que eles sejam simplesmente levados.


Não quero manter meu calcanhar grudado


à textura confortável do sapato,


maldita acomodação.
Aquele que busca o óbvio se garante,


mas não vive.


Quero ter a força necessária para caminhar na ponta dos pés,


lá em cima,


onde aos mãos não alcançam,


onde os olhos não enxergam,


onde só o momento da chegada revela o que existe.


Não quero temer a insegurança.


Ela faz parte da vida,


ao contrário do pé no chão,


que denota o significado de uma mera existência.´´


(A genial Sabrina Davanzo do Inverso Meu)

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