sábado, 26 de dezembro de 2009

Correria de Natal



Pessoal,

Novidade de fim de ano!!!

Combinei de publicar alguns textos

de amigos.

Aí vai o primeiro deles:



'As ruas estão tomadas de gente, indo e vindo.

Lojas lotadas.

Uns poderiam dizer que mais parece

um formigueiro gigante.

Mas acho que mesmo as formigas

são mais organizadas que nós.

Todo ano nessa época é a mesma coisa.

Enfeites natalinos enchem os olhos nas ruas,

nas lojas, em nossas casas...

O clima de Natal remete a felicidade,

a prosperidade e fartura, ao amor ao próximo...

Amor ao próximo.

Bem, esse movimento todo, pode se dizer,

é por causa dele; o próximo.

Pra quem buscamos veementemente

o presente desejado

ou algo que cause aquele sorriso lindo

e espontâneo de agradecimento.

Nesse caso, esse tal “próximo natalino”

é a mãe, pai ou amigos.

Mas próximo é todo mundo que nos cerca,

conhecidos ou não.

O natal nos traz um sentimento

de fraternidade muito grande.

Tanto que desejamos felicidades

a todos conhecidos ou não.

Outro dia, saindo do trabalho,

enquanto andava para o ponto do ônibus,

vi um homem, cuja a idade não pude calcular

devido a sujeira que tomava seu corpo,

sentado numa esquina movimenta de Niterói,

abrindo sacolas de lixo

e recolhendo os restos de comida.

Tal qual um self service,
separava o que encontrava

numa bandejinha de isopor,

a fim de montar seu prato,

enquanto “beliscava” uma coisa ou outra.

Você pode está pensando agora:

- "E daí, isso é mais comum do que se pensa."

Claro, é sim.

O que me chamou a atenção para esse fato

tão estranhamente cotidiano

era o movimento ao lado do mendigo.

Pessoas com sacolas com motivos natalinos

cheia de presentes passavam apressadamente,

riam, falavam ao celular,

comentavam sobre as compras.

O mendigo, cuja única intenção

era matar a fome naquele momento,

era praticamente invisível.

Diante disso pensei em como o espírito natalino

é tão hipócrita.

Desejamos felicidades a todos,

automaticamente,

desde que estejam no padrão ditado pela sociedade.
É óbvio que não estou tentando dizer

que devamos desejar felicidades

aos que estão à margem da sociedade,

formar coros natalinos para cantar a beira das favelas

para alegrar os corações dos menos abastados

e amenizar seus sofrimentos.

Nem dizendo que devamos separar algo

de nossas ceias para dar a eles.

Claro que isso seria muito bem vindo

para o mendigo que vi comendo lixo.

Mas e depois?
Como ficaria?

Não é preciso nem dizer o que aconteceria...

Devemos usar essa fraternidade natalina

para todos os dias do ano,

transformando desejos em atos.

Não, não é preciso, embora ajude em muitos casos,

colocar a mão no bolso.

O mínimo que podemos fazer é cobrarmos das autoridades

que façam o que tem que ser feito,

para que as pessoas mais carentes tenham uma vida,

não digo melhor, mas ao menos mais justa.

Dar de comer á quem tem fome não é o bastante.

Só resolve o problema da fome imediata

e alimenta o ócio.

É preciso dar educação e trabalho.

Educação é a base de tudo.

É através da educação que se consegue o trabalho,

que gera renda, que traz a comida,

que se chega a dignidade.

Transformemos essa fraternidade natalina

numa arma de protesto que dure sempre.

Mudando o mundo à nossa volta,

mesmo que aos poucos.

Acabando com a omissão que ajudamos a manter

numa sociedade tão acostumada

a ver e a nunca enxergar.


Um feliz natal mais consciente a todos!!!'


DanieL SimõeS

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Dani!!!
A imagem escolhida para o texto é simplesmente perfeita!

Beijos

Daniel Simões