sábado, 1 de agosto de 2009

De onde vem a calma


' O dia em que você chegar

será o dia em que não haverá partidas.

Não se apresse,

eu posso esperar.

Ainda que queira saber tanto sobre você,

a cor dos seus olhos quais são,

seus cabelos, se são macios ao toque,

suas mão, se possuem a força

dessa mesma suavidade.
Eu quero escolher que você não vá embora.

Mesmo que ainda não saiba se você prefere

Almodovar a Kubrick,

Saramago a Clarice,

se gosta de café ou chocolate,

se vai implicar com meus eternos cigarros.

Você não faria isso,

não se eu quiser que você fique.

Quem tiver de permanecer não será assim.

Muito menos será perfeito.

Não, você não será perfeito,

assim como eu não sou,

mas espero que tenhamos defeitos

que possam fazer o outro rir.

Espero que digamos sempre,

depois das piores brigas, por favor, fique.
Que haja permanência,

nas atitudes, nos desejos e quereres.

Que haja cumplicidade

e uma história a ser escrita,

que haja apenas chegadas,

encontros, muito mais do que procuras.

Espero também que ao contrário de todos,

você não leve pedaços meus,

mas que me ajude a resgatar

os que espalhei por ai.

Eles têm feito falta.
Não se apresse, eu espero.

Chegue no dia que tiver que chegar

e que seja numa tarde de outono,

de céu azul e vento frio.

Para que eu não me esqueça dela, nunca.

E para que seu saiba que você é ele,

assim que olhar nos seus olhos.'

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