quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Crenças


(...)À tardinha, meu apartamento recende

a qualquer coisa recém tirada do forno.

Aromas reconfortantes de molhos

preparados em fogo brando,

perfumados com manjericão e alecrim,

derramados com afeição

sobre opulentos pratos de massa vistosa.
Eu acredito em eu-te-amos de camomila,

maçã e canela.

Acredito em eu-te-amos que saem

de borbulhantes panelas

ou do vapor do ferro de passar.

Eu-te-amos silenciosos e sorridentes,

gentis e educados, corteses, delicados.
Acredito no amor que nutre.

Que desperta apetites, envolve os sentidos,

alimenta vontades,

sustenta o espírito.
Acredito em ogros

que preparam xícaras de chá delicadas.

Em mulheres fortes e independentes

que perfumam com lavanda lençóis bordados

com as próprias mãos.
E se o amor é paradoxal e caprichoso,

a delicadeza nas relações é permanência.

(Sobre xícaras de chá e delicadezas -De Onde vem a calma)

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