sábado, 10 de janeiro de 2009

Ahimsa


A chave para a tranqüilidade nas relações

se encontra na transformação dos nossos sentimentos e ações,

um conceito que os indianos batizaram de ahimsa.

Segundo o ahimsa violência dos homens

e dos aparelhos estatais só pode ser vencida

se a elas se opuser uma atitude firme de não-violência

capaz de romper a cadeia da brutalidade.

ahimsa é o princípio sagrado segundo o qual

não se deve causar dor a nenhum ser vivo,

seja por atos, seja por palavras ou pensamentos.

Hoje, cada vez mais gente admite que esse é o único caminho

para conter a violência nas sociedades modernas.

Um mecanismo que, usado individual e coletivamente,

pode quebrar os ramos de animosidades que desestabilizam

as relações na família, no trabalho, nas ruas e entre as nações.

Ahimsa é uma palavra do sânscrito

que expressa o desejo de não causar danos.

É a negação do verbo himsa,

que significa machucar, ferir.

Nesse sentido,

trata-se da lei do bom senso anunciada

como regra áurea por todas as tradições espirituais.

Trata-se de uma poderosa reação de amor

que dobra o agressor,

paralisando-o pela conscientização de seu ato insano.

É uma forma sutil e persistente de luta

que não compactua,

por omissão,

com a injustiça e a força bruta.

A prática da não-violência requer disposição para ouvir,

partilhar, ter paciência

e reconhecer a bondade intrínseca até no inimigo.

"Ahimsa é o valor mais próximo do exercício pleno da compaixão",

diz Maria Luisa Nogueira, professora de yoga da Escola Nataraja, em São Paulo.

"Quando olhamos as pessoas não como 'o outro', mas como partes de um todo no qual estamos incluídos, o limite entre nós e elas se torna muito difuso.

Então, percebemos que fazer o mal a elas é fazer o mal a nós mesmos."

Meses depois da pesquisa,

Luisa ainda se surpreende com explosões internas de raiva,

mas conseguiu abrandar seus impulsos.

Como todo praticante do ahimsa,

ela sabe que é a atenção às pequenas ações,

uma após a outra, que conduz à paz.

A receita para a paz, segundo Gandhi,

é estar sempre de mãos dadas

com a simplicidade e o autocontrole.



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