terça-feira, 2 de setembro de 2008

Crenças

Rir junto.
Fazer compras no supermercado
enquanto ele sempre reclama
e pergunta
''já deu? vamos?''.
Olhar um pro outro quando algo acontece
e não precisa se dizer o que.
Conversar durante horas
e não notar que as horas passaram.
Chorar juntos abraçados
por um mesmo motivo doído.
Andar de mãos dadas na chuva.
Ele tomar cerveja, ela guaraná
e não haver nada de errado nisso.
Não é preciso sempre se gostar da mesma coisa.
Acordar e ficar olhando o outro dormir.
Procurar o corpo do outro no meio da noite
e com um certo alívio infantil sentir
que se está protegido por aquele par de pernas.
Levantar exclusivamente porque o outro está com sede
e queria um copo d'água.
Receber um abraço no momento que mais se precisa.
Olhar e sorrir,
feito pessoa besta e sem noção,
apenas por saber que se pode fazer isso sem ser mal interpretado.
Puxar pra si quando se está meio longe.
Ter um leve medo de perder e a certeza absoluta que achou.
No fundo, no fundo...
Nunca deixei de acreditar nisso.
Nunca.