terça-feira, 12 de agosto de 2008

"...Vi minha vida se desenrolar diante de mim
como uma figueira de um conto que havia lido.
Da ponta de cada ramo, um gordo figo roxo acenava
e me seduzia com um futuro maravilhoso.
Um figo significava um marido e um lar feliz com filhos,
outro era uma poetisa famosa, outro uma professora,
outro era Esther Greenwood, a surpreendente editora,
outro era a Europa, a África e a América do Sul,
outro Constantin e Sócrates e Átila,
um bando de amantes com nomes esquisitos e profissões originais,
outro ainda era uma campeã olímpica,
e acima de todos esses figos havia muitos outros que eu não conseguia entender.
Vi-me sentada sob essa figueira, morrendo de fome,
só porque não conseguia decidir qual figo escolheria.
Queria-os todos, e escolher um siginificava perder o resto.
Incapaz de me decidir, os figos começavam a murchar e apodrecer,
e um a um caiam no chão a meus pés..."
Sylvia Plath