A mostra do MON (Museu Oscar Niemeyer)
 é uma prévia da exposição de Bispo do Rosário 
que será aberta, em setembro, em Paris. 
Também estará sendo apresentada em 
Paris a exposição Imagens do Inconsciente. 
No mesmo período, serão apresentadas 
as obras de Camilo e Rufino em Lousane, 
na Suíça.
O ambiente manicomial é o único laço entre os três artistas, 
já que cada um construiu uma obra marcada 
por características próprias e autênticas. 
Arthur Bispo do Rosário fez da agulha e linha seu pincel. 
Seu mundo foi construído pelas laçadas de seus bordados, 
alguns ricamente rebuscados. 
Neles, o artista deixou as pegadas dos caminhos percorridos 
antes e durante a permanência em instituições psiquiátricas. 
Assim construiu uma obra que merece destaque à parte.
Notas e Sonhos é o título do segmento que apresentará 
a cobiçada coleção de notas de Raimundo Camilo. 
"Ele é um artista conceitual." 
A intervenção que Camilo faz na moeda corrente 
é semelhante aos trabalhos 
de Valtércio Caldas, Cildo Meireles e Nelson Leirner.
Chamada de Rainha do Papel, 
Efigênia Rolim é conhecida pelas 
criações a partir do papel de bala. 
Defensora das causas do meio ambiente, 
seus personagens -bonecas, girafas, pássaros 
e outros habitantes das florestas- 
ganham histórias na fantasia da artista. 
São histórias cantadas ou contadas por Efigênia. 
"Sou ligada com o espírito do universo. 
Tem um montão de histórias que o 
homem não consegue pegar, não consegue 
trazer do invisível para o visível."
A obra de José Rufino, também considerado 
um artista contemporâneo, 
encontra paralelos nos movimentos da Pop Art 
e na Nova Figuração Brasileira. 
"A pintura dele é muito colorida 
e tem um toque das histórias em quadrinhos. 
É uma série de retratos que, em essência, 
são auto-retratos do próprio autor, 
é o inconsciente de Rufino pintado em tela."
"Classificamos as obras deles dentro 
dos próprios movimentos artísticos correntes. 
Prescindimos da obrigação de utilizar 
a arte como terapia ocupacional 
para a análise do inconsciente. 
Se a obra tem valor estético e artístico é arte, 
não importa quem a fez e em que condições", 
explica Aquino.
 
