segunda-feira, 14 de julho de 2008

Tênues Limites

A mostra do MON (Museu Oscar Niemeyer)
é uma prévia da exposição de Bispo do Rosário
que será aberta, em setembro, em Paris.
Também estará sendo apresentada em
Paris a exposição Imagens do Inconsciente.
No mesmo período, serão apresentadas
as obras de Camilo e Rufino em Lousane,
na Suíça.
O ambiente manicomial é o único laço entre os três artistas,
já que cada um construiu uma obra marcada
por características próprias e autênticas.
Arthur Bispo do Rosário fez da agulha e linha seu pincel.
Seu mundo foi construído pelas laçadas de seus bordados,
alguns ricamente rebuscados.
Neles, o artista deixou as pegadas dos caminhos percorridos
antes e durante a permanência em instituições psiquiátricas.
Assim construiu uma obra que merece destaque à parte.
Notas e Sonhos é o título do segmento que apresentará
a cobiçada coleção de notas de Raimundo Camilo.
"Ele é um artista conceitual."
A intervenção que Camilo faz na moeda corrente
é semelhante aos trabalhos
de Valtércio Caldas, Cildo Meireles e Nelson Leirner.
Chamada de Rainha do Papel,
Efigênia Rolim é conhecida pelas
criações a partir do papel de bala.
Defensora das causas do meio ambiente,
seus personagens -bonecas, girafas, pássaros
e outros habitantes das florestas-
ganham histórias na fantasia da artista.
São histórias cantadas ou contadas por Efigênia.
"Sou ligada com o espírito do universo.
Tem um montão de histórias que o
homem não consegue pegar, não consegue
trazer do invisível para o visível."
A obra de José Rufino, também considerado
um artista contemporâneo,
encontra paralelos nos movimentos da Pop Art
e na Nova Figuração Brasileira.
"A pintura dele é muito colorida
e tem um toque das histórias em quadrinhos.
É uma série de retratos que, em essência,
são auto-retratos do próprio autor,
é o inconsciente de Rufino pintado em tela."
"Classificamos as obras deles dentro
dos próprios movimentos artísticos correntes.
Prescindimos da obrigação de utilizar
a arte como terapia ocupacional
para a análise do inconsciente.
Se a obra tem valor estético e artístico é arte,
não importa quem a fez e em que condições",
explica Aquino.