sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

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Abaixo transcrevo uma poesia muito fofa
extraída de um anúncio das Havaianas
publicada na Revista de Domingo:
Que pedir a um Ano Novo
Fama, grana, remissão?
Pra quê, há coisas mais bacanas
Quero sossego e Havaianas.
Como eu seria simples
Espicharia o casco ao sol
Divagaria bobagens tamanhas
Pé no chão, só as Havaianas.
Não teria mais porto
Atracaria em terras distantes
Potiguares, gaúchas, baianas
como viajariam minhas Havaianas.
Aproveitaria cada minuto
Boiaria, mergulharia
até me agarraria a barbatanas
Pra depois adormecer de Havaianas.
Até me dissolver na espuma
curtir o cabelo na água e sal
Pente algum desataria as tramas
se eu vivesse só de Havaianas.
Mandaria o chefe às favas
Viveria de brisa fresca
sobreviveria à base de bananas
Meu reino por um pé de Havaianas.
Fingiria que eu era outro
Um poeta que endoideceu
Escreveria rimas parnasianas
Na areia em volta das Havaianas.
E de noite, não faltasse um carinho
Um colo com tudo de bom
Namoraria Luizas, Claudias , Anas
Um pé que também usasse Havaianas.
Se não encontrasse, paciência
Eu me entregaria a prazeres fugazes
Daria as festas mais insanas
Todos a rigor, só de Havaianas.
Dê-me sol, dê-me areia
Caipirinha, ostra e caju
Lua detrás das montanhas
só não me faltem as Havaianas.
Eis o que eu pediria
Ao ano se ele me ouvisse
Duas mil e oito coisas bacanas
e um só par de Havaianas.
Se o mundo acabar, quem garante?
Seríamos homens realizados
Uma legião de anjos à paisana
Só de asas e Havaianas.