Em certos outonos chamavam-lhe José.
Incertos verões, Ferdinando.
Muitos invernos, Clécio.
Primaveras amenas,Garcia.
Quando José, seu ofício era a carpintaria.
Marido dedicado e pai exemplar.
Tinha 5 filhos e mais um em breve chegaria...
Enquanto Ferdinando, vendia doces em compota
que sua amada e dedicada esposa preparava
com as frutas colhidas do pomar.
Pai de 3 filhos, todos formados e prontos para a vida.
Visto sempre como pai orgulhoso e batalhador ,
ninguém em São Leopoldo tinha sequer uma única queixa
contra ele.
Como Clécio, era visto como o funcionário público boa praça,
contador de piadas,
bem humorado da gargalhada solta,
que esbanjava saúde e carisma.
Quem tivesse problema falava com 'Seu Clécio'
que logo logo melhorava o ânimo.
Fora casado com Dona Sônia, professora primária
do único colégio municipal da região de Travessia.
Ninguém acreditava que Seu Clécio pudesse ter se casado
com a pessoa mais ranzinza de toda região...
Mas casou e manteve seus votos por 18 anos
quando então Dona Sônia,
sabe-se lá porque,
pediu a separação.
Dessa união nasceram 2 filhos:
os gêmeos Cleomir e Clodoaldo,
ambos já casados
que lhe deram 2 netinhos cada um,
colírios dos seus olhos e
razão de sobra para estar sempre alegre
e de bem com a vida.
Quando Garcia, era dono de meia cidadezinha pacata no meio do mato.
Suas propriedades se perdiam mesmo da vista de gente que enxergava longe...
Casado com Sinhá Naná, infelizmente após anos e anos de inúmeras tentativas,
consultas a diversos especialistas, remédios 'milagrosos' e o escambau
não conseguiram gerar nenhum herdeiro para tomar conta daquela vastidão toda.
Trataram de adotar Casimiro, 13º filho de um de seus ajudantes nas fazendas.
Mesmo com tantos nomes, profissões, relacionamentos e estilos de vida,
Seu 'José Ferdinando Clécio Garcia'
não encontrava sua identidade em nenhuma delas
e ia vivendo...
Fazia histórias,
contava histórias e
morava em cada uma de suas histórias.
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