quinta-feira, 11 de junho de 2009

Livro infantil tb é cultura


'Havia uma vez um rei

num reino muito distante,

que vivia em seu palácio

com toda corte reinante.


Reinar pra ele era fácil,

ele gostava bastante.

Mas um dia, coisa estranha!

Como foi que aconteceu?

Com tristeza do seu povo

nosso rei adoeceu.

De uma doença esquisita,

toda gente, muita aflita,

de repente percebeu...


Pessoas grandes e fortes

o rei enxergava bem.

Mas se fossem pequeninas,

se falassem baixinho,

o rei não via ninguém.


(...)

E o pior é que a doença

num instante se espalhou.

Quem vivia junto ao rei

logo a doença pegou.

E os ministros e os soldados,

funcionários e agregados,

toda essa gente cegou.


(...)

E o povo foi desprezado,

pouco a pouco, lentamente.

Enquanto que o próprio rei

vivia muito contente;

pois o que os olhos não veem

nosso coração não sente.


(...)

Cada pessoa do povo

foi chegando à convicção

que eles mesmo é que tinham

que encontrar solução

para terminar a tragédia.

Pois quem monta na garupa

não pega nunca na rédea!


Eles então se juntaram,

discutiram,pelejaram,

e chegaram à conclusão

que, se a voz de um era fraca,

juntando as vozes de todos

mais parecia um trovão.


(...)

Mas de repente, que coisa!

Que ruído tão possante!

Uma voz tão alta assim

só pode ser um gigante!

-Vamos olhar na muralha.

-Ai, São Sinfrônio, me valha

nesse momento terrível!

Que coisa tão grande é esta

que parece uma floresta?

Mas que multidão incrível!

(...)

(retirado do livro O que os olhos não veem de Ruth Rocha)

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