
"... Não compreendo como querer o outro
possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio.
Não compreendo como querer o outro
possa pintar como saída de nossa solidão fatal.
Mentira: compreendo, sim.
Mesmo consciente de que nasci sozinho
do útero de minha mãe,
berrando de pavor para o mundo insano,
e que embarcarei sozinho num caixão
rumo a sei lá o quê, além do pó.
O que ou quem cruzo esses dois portos gelados da solidão
é vera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo.
E exigimos o eterno do perecível, loucos".
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