
Um escritor nunca esquece
a primeira vez em que aceita algumas moedas
ou um elogio em troca de uma história.
Nunca esquece a primeira vez
em que sente o doce veneno da vaidade no sangue
e começa a acreditar que,
se conseguir disfarçar sua falta de talento,
o sonho da literatura será capaz de garantir
um teto sobre sua cabeça,
um prato quente no final do dia
e aquilo que mais deseja:
seu nome impresso num miserável pedaço de papel
que certamente vai viver mais do que ele.
Um escritor está condenado a recordar esse momento porque,
a partir daí,
ele está perdido
e sua alma já tem um preço.
. Carlos Ruiz Zafón in O jogo do Anjo .
. Carlos Ruiz Zafón in O jogo do Anjo .
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