
"Porque estamos certos de que a visão depende de nós e se origina em nossos olhos , expondo nosso interior ao exterior, falamos em janelas da alma,..., Porém, porque estamos igualmente certos de que a visão se origina, lá nas coisas, delas depende, nascendo do "teatro do mundo", as janelas da alma são também espelhos do mundo".
(Marilena Chaui)
Consta que foi Leonardo da Vinci quem batizou os olhos de “janelas da alma”. Segundo o famoso artista, “O que há de admirável no olho é que através dele – de um espaço tão reduzido
– seja possível a absorção das imagens do universo.
De sorte que esse órgão – um entre tantos – é a janela da alma, o espelho do mundo.”
Inspirados por este pequeno texto,
os cineastas João Jardim e Walter Carvalho realizaram Janela da Alma, documentário que vem colecionando prêmios pelos festivais por onde passa.
O longa é um documentário sobre dezenove pessoas com diferentes graus de deficiência visual,
da miopia discreta à cegueira total,
falam como se vêem,
como vêem os outros e como percebem o mundo.
O escritor e prêmio Nobel José Saramago,
o músico Hermeto Paschoal,
o cineasta Wim Wenders,
o fotógrafo cego franco-esloveno Evgen Bavcar,
o neurologista Oliver Sacks,
a atriz Marieta Severo,
o vereador cego Arnaldo Godoy,
entre outros,
fazem revelações pessoais e inesperadas
sobre vários aspectos relativos à visão:
o funcionamento fisiológico do olho,
o uso de óculos e suas implicações sobre a personalidade,
o significado de ver ou não ver em um mundo saturado de imagens
e também a importância das emoções como elemento transformador da realidade
se é que ela é a mesma para todos.